segunda-feira, 15 de junho de 2020

"Não consigo respirar "

“Não consigo respirar”
Essa expressão tem ecoado em minha mente de forma tão incomoda e acusadora, que resolvi colocar em breves palavras algumas expressões que me veem a mente desde então.

“Não consigo respirar” pode ser a expressão verbalizada por um negro americano subjugado sob o joelho de um policial americano, branco, que não se sensibiliza ao clamor daquele a quem ele subjuga e pela cor da pele considera uma vida de menor valor;

“Não consigo respirar” pode ser a expressão de um negro americano subjugado sob o joelho de um policial americano, branco, clama por uma oportunidade de viver e se defender daquilo que uma sociedade hipócrita o condenou de antemão pela cor de sua pele;

“Não consigo respirar” pode ser a expressão de um negro americano subjugado sob o joelho de um policial americano, branco, negro cujo nome George Floyd, hoje ecoa de forma martirizada em movimentos da sociedade americana e mundial, não tardiamente, mas em tempo de nos levar a refletir sobre a verdadeira significância da palavra hoje tão pronunciada, EMPATIA;

"Não consigo respirar" pode ser a expressão de uma filha  de seis anos, que talvez tenha visto as imagens de seu pai Geoge Floyd, negro e por isso condenado à morte sob o joelho de um policial branco e impassível ao clamor de seu pai;

“Não consigo respirar” pode ser a expressão de um adolescente negro, morador de uma comunidade carioca, subjugado pelo fuzil de um policial brasileiro, que de antemão o condenou à morte, pelas costas, implacável, levando João Pedro a agonizar transfixado pelo projétil daquele fuzil, mas também pela incapacidade de nossa sociedade de promover as mudanças estruturais, que poderiam levar aquele garoto a ter uma melhor oportunidade no convívio social;

“Não consigo respirar” pode ser a expressão de um adolescente negro, que pela inercia de uma sociedade cada vez mais omissa e conivente com os desmandos de seus governantes e que se deixa levar como manada a um açodado curral de ideias fascistas, que desconsideram o valor da vida, e que, por isso não se dá ao menos o valor de se indignar e gritar o nome daquele menino negro, João Pedro, que certamente agonizou pelos efeitos da sentença aplicada a ele pela cor de sua pele;

“Não consigo respirar” pode vir a ser a expressão de qualquer um de nós ou daqueles a quem temos como preciosos, em algum lugar deste nosso amado Brasil, se nos mantivermos alheios ao que acontece à nossa volta.  Isso quase parafraseia Bertoldo Brecht quando escreveu:
“...agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém (com George Floyd, João Pedro e muitos outros brancos, índios, etc.)* ninguém se importa comigo.”

“NÃO CONSIGO RESPIRAR”, é o que eu sinto nesse momento!

Samuel Gomes

[* parêntesis meu]

sábado, 31 de maio de 2014

O STRESS PRODUTIVO



Existe uma tendência de se atribuir a determinadas funções de trabalho, a do serviço publico, por exemplo, como tranquilas, sem possibilidade de stress. Se assim fosse, diríamos que essas funções são o campo da experimentação da tese de Domênico de Masi que afirma ser o “Ócio Criativo”.

“O Ócio Criativo é título de um texto do cientista e sociólogo italiano Domênico De Masi e é também um revolucionário conceito de trabalho que o sociólogo define através da interseção entre três elementos: Vendas, faculdade e raciocínio lógico”. (Wikipédia).

Porém, acredito que não exista profissão no tempo moderno que não traga em seu exercício algum tipo de stress.

Após uma semana de intensa atividade e consequentemente uma significativa carga de stress, fui passar algumas horas na roça. Não fui pescar, apenas ficar um tempo desfrutando do ócio e confesso, sem nenhuma intenção de criar algo.

Ao amanhecer, observando algumas coisas por fazer, resolvi iniciar a limpeza de uma área que a muito procurava alguém para contratar e limpa-la.

Após alguns minutos de esforço e serviço percebi que aquela área poderia estar limpa a mais tempo, fruto de meu esforço e trabalho. Tenho de admitir que não iniciei aquele serviço por outra razão a não ser descarregar o alto nível de stress do trabalho da semana, mas o que importa é que a tarefa que me propuz foi concretizada.

Durante o serviço, que afirmo foi árduo e penoso, comecei a refletir sobre aquilo que denominei de “stress produtivo”, comparado ao “ócio criativo”, senão, vejamos.
“Segundo Edson Zogbi a palavra criatividade vive cercada de significados, alguns pertinentes, como “ideias inovadoras”, “expressão artística”, “algo inédito”, “uma informação diferente” (que não tínhamos), “uma solução de um problema” (até então insolúvel), ou “um processo novo para se atingir um objetivo”. Outros significados são mesmo impertinentes, e como sugere o termo, nos incomodam, deixam-nos desconfortáveis, como “uma viagem com falta de contato com a realidade”, “coisas descomprometidas, até irresponsáveis”, “elucubrações de gente maluca”, “fuga (intencional ou não) da realidade”, “perda de tempo com coisas que não servem para nada”, e assim vai a lista...” (Wikipédia).


“A produtividade é basicamente definida como a relação entre a produção e os factores de produção utilizados. A produção é definida como os bens produzidos (quantidade de produtos produzidos). Os factores de produção são definidos como sejam pessoas, máquinas, materiais e outros. Quanto maior for à relação entre a quantidade produzida por factores utilizados maior é a produtividade...” (Wikipédia).

Nada contra o ócio criativo e sua subjetividade, mas hoje pude experimentar uma nova tese que espero, provoque em nós e principalmente nos gestores de pessoas, uma reflexão sobre como aproveitar positivamente os níveis de stress daqueles que estejam sob sua tutela de comando.

Saibam que durante esse trabalho diverso ao da minha atividade profissional regular, pude ver que o “mal do século” pode ser usado de forma a romper com paradigmas pessoais, visões míopes de nossa própria capacidade de sobressair a determinadas situacões, ou seja, percebermos que, apesar de estarmos no limite de nossa capacidade física, mental ou emocional, é possível perceber que ainda há muito de nós que pode ser usado positivamente, e melhor, podemos dizer para nós mesmos que a forma de contradizermos a subjetividade de nossos pensamentos, é produzirmos algo novo, concreto, mensurável, palpável.

Na reflexão e experimento do “stress produtivo”, este se mostrou superior ao “ócio criativo”, pois, além da concretude do trabalho que pode ser visualizado inclusive na foto anexada, durante o serviço pude construir as ideias “criativas”, que ora compartilho com vocês.


Se você alinha seu pensamento a essa tese, informo que lá na roça ainda tenho muitos ambientes para lhe oferecer como campo experimental de seu “stress produtivo” e espero poder fotografar a concretude de sua experiência e ver como aquele espaço se tornou mais propicio ao meu “ócio”...

Um grande abraço,

Samuel Gomes

sexta-feira, 7 de março de 2014

BOBAGEM

Hoje alguém certamente me dirá: “Está ficando velho, heim Samuel...”

Bobagem, porque a gente envelhece o tempo todo; o tempo não para; é como o rio. Só que a gente não percebe. Mas aí chega um dia que faz a gente parar e prestar atenção: o dia do aniversário.

No dia do aniversário a gente diz: “Passou mais um ano da minha vida“. É apenas o dia quando os números mudam... no meu caso, de 5.4 para 5.5, muito aquém de minhas expectativas numéricas para esse tema...

Os números não dizem nada. Há um verso sagrado que diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.“ Salmos 90:12

Muita gente envelhece sem ficar sábio. O que é um sábio? Sábio não é quem sabe muito. Sábio é quem come a vida como se ela fosse um fruto saboroso. O sábio presta atenção nos prazeres e alegrias de cada momento. E o que dá prazer e alegria não são coisas grandes, festas com bolo, bexigas e presentes. O que dá alegria são coisas pequenas... bem pequenas. O prazer de ter o carinho, afeto e amizade de pessoas que amamos, por exemplo. 

Amar... profundo sentimento, de complexidade extrema, mas paradoxalmente tão simples como as coisas pequenas que nos fazem sábios. Basta observarmos as afirmativas do Apóstolo São Paulo que disse:

“...O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta...” I Cor. 13:4-7

Obrigado pela simplicidade de seu amor, carinho e amizade, isso tem feito sentido em minha vida, acrescentando sabedoria ao me empenhar para conserva-los.

Celebre comigo a vida! Celebre comigo o amor de Deus que se renovou sobre mim neste dia!

Carinhosamente

Samuel Gomes

07 de março de 2014

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI


" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:e

— Deixa que eu ajudo.

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai.

Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

— Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "

(autor desconhecido - compartilhado por Elodia Roman)

domingo, 10 de novembro de 2013

A VIDA

A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba,
sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que
 lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

ÊLE TEM CUIDADO DE MIM

Me mudei recentemente para um prédio e nessa rua há uma concentração de arvores frondosas, que servem de abrigo para varias espécies de pássaros, tais como, Bem-te-vi, canários, pardais, merros, pombas rola e outros.
É muito bom despertar ao som do cântico deles e poder me lembrar das palavras do salmista quando no salmo 19 afirma: “Os céus proclamam a sua glória e o firmamento anuncia as obras de suas mãos...”
Em um fim de tarde maravilhoso estávamos assentados no andar superior de nosso apartamento e um casal de Bem-te-vi veio nos visitar, e por um tempo permaneceu ali na mureta e minha esposa me contou que já alguns dias eles faziam isso com regularidade.
Certa manhã ao acordar com aquele coral de pássaros, pensei que alguns daqueles errantes poderiam, mesmo expressando sua saudação e louvor ao novo dia, estar com fome. Então resolvi alimenta-los e experimentei colocar na mureta dos Bem-te-vis uma porção de painço velho que tinha guardada em nossa despensa.
Foi uma festa e tem sido até hoje, pois parece que a noticia se espalhou entre eles e todas as manhãs, a maioria dos meus vizinhos cantores vem degustar uma refeição de painço na mureta dos Bem-te-vis.
Hoje cumpri meu compromisso com eles e fiquei observando-os. Frágeis, pequenos, singelos, mas Deus de alguma forma tem cuidado deles através de mim.
Quantos hoje ao lerem esse MANÁ DA SEMANA talvez estejam se sentindo o mais desprezado e infeliz dos mortais, isso é do humano e me incluo, mas como afirma o texto do Evangelho de Lucas 12:24
              “Olhai as aves no campo. Elas não plantam, não colhem, não ajuntam em celeiros, porém   o nosso Pai Celeste cuida de cada uma delas. Por acaso vocês não valem mais do que elas?”
Neste dia pensemos nisso, por mais que pareça estarmos desamparados, Deus é bom e Ele tem cuidado de nós.
Ele cuida de você na sua fragilidade e necessidade desse dia. Confie e tente percebê-Lo.
Que Ele te bendiga!
Um forte abraço.
Samuel Gomes

sexta-feira, 8 de março de 2013

MULHERES


MULHERES

8 de março de 2013

Na mais bela e doce fragilidade

Encontra-se a mais perfeita dualidade

Aquela que faz do sim e do não a sempre encruzilhada do caminhar

Inquestionável versatilidade dos sentidos

 
Que faz tudo parecer possível

Quando enxergam a essência do que fala os olhos da alma

Tocam as sensações das sentidas emoções

Aspiram os cheiros de todas as flores mesmo àquelas que brotam em lugares inóspitos
 

Fazem da solidão o abrigo perfeito e no silêncio ouvem as vozes amadas

Não bastasse tantos sentidos há a beleza da intuição, o sexto mais certo sentido

Onde alimentam o sonho que imaginam viver daqui a instantes

 
Mesclam o sentir no ir e vir do viver

E sendo assim incendeiam almas gélidas, aquecem os seres cansados, abrigam no seio os filhos queridos

 
E ainda contemplam perplexas os valores vis daqueles que por certo não enxergam sua essência

Apenas as medem nas formas do físico e esquecem das variáveis intangíveis que pousam em seu íntimo

 
No entanto, muito mais que formas e curvas perfeitas

Emergem do nada enquanto lágrimas rolam

E quem sabe sussurram o belo no gemido de prazer

 
Ah! E como se não bastasse a dor que calam na alma,

Renascem das cinzas tantas vezes, que nem mais se conta

São a fonte no verão dos insaciáveis, são folhas descoladas ao vento no outono da vida

A largarem olhares, no horizonte, plenos de sabedoria

 
Ah, mulheres! Aconchego feito lareira no frio

São tantos os ciclos nas estações do tempo e elas tal ponteiros incansáveis aferem os desgastes da vida

 
Mulheres que ondeiam e que ousam demais, no sempre reinventar dos mesmos caminhos

Memória completa dos fatos vividos, resquícios da vida e de todas os seres que carregam dentro de si

 
Mistérios de buscas e prazer na eterna devoção do doar

São acima de tudo almas saqueadas e mutiladas

Que transbordam  repletas de suas próprias crenças soterradas
 

Mas insensatas que são, atraem os opostos arredios

E por fim muitas vezes velhice esquecida, jogadas no paredão da existência,

Quando aparentemente quase nada resta do tudo que são para tantos

 
Brilha a inesgotável sutileza da força que remove montanhas

E eis que a integridade é mulher

 
Na versão mais perfeita do que se considera

Um ser humano realizável...Sim, assim são as mulheres

 
Samuel José Gomes